As famílias das propagandas são lindas, mas estão “um pouco” longe da
realidade, acredito eu. No geral, como acontece no mundo todo, tudo que
saia um pouco do padrão causa um certo estranhamento e não é tão bem
acolhido.
Minha carreira de escritora/ilustradora sempre foi com estranhamento
vista pela minha família e meus cuidados por ser celíaca também. Como
moro numa casa na qual as pessoas consomem glúten, meus cuidados são
redobrados para que eu não me contamine. Coloco etiquetas nas minhas
coisas. Tenho uma parte do armário só para mim. Evito apoiar meus
utensílios nas superfícies, e se faço isso forro antes com papel toalha.
A hora de lavar louças é um malabarismo, não pego diretamente na
torneira. Enfim, evito o contato, pois sei o mal que a contaminação pode
trazer para mim. Aproveito para dizer que estes e outros cuidados devem
ser tomados por qualquer celíaco, não só por sintomáticos como eu.
Infelizmente, os assintomáticos que não se conscientizarem sofrerão as
consequências.
É engraçado, porque eu já aceitei a D.C e os cuidados que preciso ter, mas
meus familiares nunca, de fato. Isso às vezes é muito estressante, mas de
forma alguma penso em abandonar meus cuidados para agradar alguém.
Li bastante sobre a contaminação cruzada e também vivencio seus efeitos
quando me contamino acidentalmente. Essa contaminação acidental me
traz noites em claro, dores abdominais terríveis, então se os meus
cuidados te incomodam, paciência, cada um sabe onde seu sapato aperta.
Também acho muito triste ser uma celíaca certificada (risos) e ninguém da
minha família ter investigado a possibilidade de ser celíaco ainda, afinal a
D.C pode estar associada a N doenças.
O mais engraçado – ou trágico, como queiram – é vê-los desenvolver
possíveis doenças e sintomas associados à D.C. Meu pai tem
estufamentos, refluxos, gases e, não raro, episódios de diarreia. Já operou
duas vezes úlcera duodenal, ou seja...
Meu irmão tem muito estufamento, gases e desenvolveu um problema no
fígado. Já minha irmã fez um exame, negativou e não investigou mais. Já
expliquei a ela que vários exames podem diagnosticar D.C. Um celíaco
pode negativar num exame e positivar no outro.
Eles comentam que seria muita loucura trocar utensílios, forno e alguns
eletrodomésticos. Enfim, a “loucura” de evitar a contaminação cruzada
não caberia na vida deles. Aliás, várias pessoas me falam isso, mas acho
que falta lembrar que o sofrimento de um possível câncer terminal é mais
caro... porque sim, quando a dieta não é seguida por um celíaco, o
caminho é um câncer ou outra doença não menos terrível.
Bem, o que tenho a dizer para você que tem a D.C incompreendida pelos
familiares é: “Siga sua dieta, cuide da contaminação e ame a sua vida” .
Simples assim. É difícil ver as pessoas da família negando a possibilidade
de serem celíacos, possibilidade de viver melhor ou até de viver? É, mas
você deve seguir fazendo sua parte, falando sobre, mesmo sendo
considerado “o chato do glúten” e, se possível, morar sozinho ou morar
com quem respeite a D.C.
O mais importante é seguir adiante, é genético e não há nada que
possamos fazer contra isso. É lógico que não posso deixar de mencionar as
tantas famílias que “abraçam” a dieta de um familiar celíaco. Elas existem
e que bom se este é o seu caso, fico sinceramente feliz por você.
realidade, acredito eu. No geral, como acontece no mundo todo, tudo que
saia um pouco do padrão causa um certo estranhamento e não é tão bem
acolhido.
Minha carreira de escritora/ilustradora sempre foi com estranhamento
vista pela minha família e meus cuidados por ser celíaca também. Como
moro numa casa na qual as pessoas consomem glúten, meus cuidados são
redobrados para que eu não me contamine. Coloco etiquetas nas minhas
coisas. Tenho uma parte do armário só para mim. Evito apoiar meus
utensílios nas superfícies, e se faço isso forro antes com papel toalha.
A hora de lavar louças é um malabarismo, não pego diretamente na
torneira. Enfim, evito o contato, pois sei o mal que a contaminação pode
trazer para mim. Aproveito para dizer que estes e outros cuidados devem
ser tomados por qualquer celíaco, não só por sintomáticos como eu.
Infelizmente, os assintomáticos que não se conscientizarem sofrerão as
consequências.
É engraçado, porque eu já aceitei a D.C e os cuidados que preciso ter, mas
meus familiares nunca, de fato. Isso às vezes é muito estressante, mas de
forma alguma penso em abandonar meus cuidados para agradar alguém.
Li bastante sobre a contaminação cruzada e também vivencio seus efeitos
quando me contamino acidentalmente. Essa contaminação acidental me
traz noites em claro, dores abdominais terríveis, então se os meus
cuidados te incomodam, paciência, cada um sabe onde seu sapato aperta.
Também acho muito triste ser uma celíaca certificada (risos) e ninguém da
minha família ter investigado a possibilidade de ser celíaco ainda, afinal a
D.C pode estar associada a N doenças.
O mais engraçado – ou trágico, como queiram – é vê-los desenvolver
possíveis doenças e sintomas associados à D.C. Meu pai tem
estufamentos, refluxos, gases e, não raro, episódios de diarreia. Já operou
duas vezes úlcera duodenal, ou seja...
Meu irmão tem muito estufamento, gases e desenvolveu um problema no
fígado. Já minha irmã fez um exame, negativou e não investigou mais. Já
expliquei a ela que vários exames podem diagnosticar D.C. Um celíaco
pode negativar num exame e positivar no outro.
Eles comentam que seria muita loucura trocar utensílios, forno e alguns
eletrodomésticos. Enfim, a “loucura” de evitar a contaminação cruzada
não caberia na vida deles. Aliás, várias pessoas me falam isso, mas acho
que falta lembrar que o sofrimento de um possível câncer terminal é mais
caro... porque sim, quando a dieta não é seguida por um celíaco, o
caminho é um câncer ou outra doença não menos terrível.
Bem, o que tenho a dizer para você que tem a D.C incompreendida pelos
familiares é: “Siga sua dieta, cuide da contaminação e ame a sua vida” .
Simples assim. É difícil ver as pessoas da família negando a possibilidade
de serem celíacos, possibilidade de viver melhor ou até de viver? É, mas
você deve seguir fazendo sua parte, falando sobre, mesmo sendo
considerado “o chato do glúten” e, se possível, morar sozinho ou morar
com quem respeite a D.C.
O mais importante é seguir adiante, é genético e não há nada que
possamos fazer contra isso. É lógico que não posso deixar de mencionar as
tantas famílias que “abraçam” a dieta de um familiar celíaco. Elas existem
e que bom se este é o seu caso, fico sinceramente feliz por você.
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